Posicionamento da SOPEPE sobre o uso da vacina Covid em crianças de 5 a 11 anos

POSICIONAMENTO DA SOPEPE SOBRE O USO DA VACINA COVID EM CRIANÇAS DE 5 a 11 ANOS.

 

A ANVISA, baseada na análise rigorosa dos dados sobre a eficácia e segurança da apresentação pediátrica da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos, aprovou o seu uso no Brasil.

O FDA já tinha aprovado a vacina nos EUA, onde sete milhões de crianças desta faixa etária já realizaram pelo menos uma dose desta apresentação. Em relação aos eventos adversos observados, destacamos que 97% foram classificados como não sérios, tais como febre, dor de cabeça, vômitos, fadiga e perda de apetite. Apenas oito casos de miocardite neste grupo foram relatados.

Estes dados preliminares mostram, portanto, um risco substancialmente menor deste evento adverso comparado com o risco previamente observado em adolescentes e adultos jovens após a vacinação, ou seja, os benefícios são muito maiores do que os riscos, pilar central de avaliação de qualquer vacina incorporada pelos diversos programas de vacinação, seja no Brasil ou no mundo.

Vale destacar que outras agências regulatórias e de saúde pública, de outros países como as do Canadá, Israel e União Europeia, também aprovaram a vacina e estão usando regularmente.

A Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 (CTAI-COVID), do Ministério da Saúde do Brasil, em reunião realizada no dia 17 de dezembro, também de forma unânime, endossou a aprovação da Anvisa e divulgou nota esclarecendo à população do seu parecer favorável. A avaliação deixou claro os benefícios para a população pediátrica da incorporação da vacina no Brasil.

Em relação aos dados epidemiológicos relevantes dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) atualizados até o dia 6 de dezembro de 2021, destacamos:

1- Em 2020, 10.356 crianças entre 0-11 anos foram notificadas com diagnóstico de SRAG por COVID-19, das quais 722 evoluíram para óbito.

2- Em 2021, as notificações se elevaram para 12.921 ocorrências na mesma população, com 727 mortes, totalizando 23.277 casos de SRAG por COVID-19 e 1.449 mortes desde o início da epidemia.

Além disso, a experiência  no Brasil com os casos de SIM-P mostrou que 64% das crianças/adolescentes acometidos tinham entre 1 e 9 anos de idade (mediana: 5 anos). Entre as crianças hospitalizadas, a necessidade de internação em UTI ocorreu em 44,5% dos casos e a letalidade foi de 6% (cerca de 5 vezes superior à relatada nos Estados Unidos)

O posicionamento, portanto, foi baseado, entre outros fatores, nos dados epidemiológicos a respeito do impacto da doença — considerando o risco de infecção, transmissão, hospitalização e morte —, nos resultados de estudos clínicos sobre imunogenicidade, segurança e eficácia das vacinas na população pediátrica, bem como nas informações já divulgadas por países que já introduziram a vacina.

A CTAI COVID-19 ressaltou que espera que o Ministério da Saúde acate o posicionamento e defina as estratégias para a operacionalização mais adequada da vacinação desse grupo etário, a fim de alcançar a maior cobertura, no menor tempo possível.

Diversos outros países da Ásia, África, e América do Sul têm utilizado vacinas de vírus inativado (Sinopharm ou Sinovac/CoronaVac) em milhões de crianças menores de 12 anos, a partir de 3 ou 5 anos. E aguardamos o  parecer da Anvisa ao pedido de licenciamento da vacina CoronaVac em pediatria.

Ressaltamos, que a nova variante ômicron apresenta maior transmissibilidade, o que torna as crianças um grupo com maior risco de infecção, conforme vem sendo observado em outros países onde houve transmissão comunitária desta variante. Neste contexto epidemiológico, torna-se oportuno e urgente ampliarmos o benefício da vacinação a este grupo etário.

A SOPEPE destaca o papel do pediatra na promoção da vacinação entre seus pacientes e toda a população, especialmente entre aqueles com maior risco de doença grave, hospitalização e morte.

Os pediatras desempenham um papel essencial para ajudar a responder a perguntas e dúvidas dos pais e ser um agente para a redução das disparidades existentes e de quaisquer barreiras ao acesso das vacinas Covid.

VACINAS SIM! VACINAS SEMPRE!

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