Enfrentamento ao abuso e à exploração sexual

No Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, 18 de maio, é uma data criada após um crime bárbaro que chocou o país: uma menina de apenas 8 anos de idade foi encontrada sem vida, depois de sequestrada, espancada, estuprada e morta por jovens em Vitória, no Espírito Santo. Quase 50 anos se passaram e as denúncias de todo dia indicam que há muito a ser feito na proteção de nossas crianças e adolescentes. Esse cuidado deve ser diário e incansável. Disque 100 para denúncias. É sigiloso e gratuito. Faça a diferença.

18 de maio

Sociedades como a de Pediatria reforçam o alerta sobre o tema, ao orientar os especialistas a respeito do papel que desempenham na identificação de eventuais abusos e proteção da população infantojuvenil. O trabalho permanente para assegurar os direitos da população pediátrica é um compromisso de toda sociedade, entretanto, por acompanhar o paciente desde o nascimento até o término da adolescência, o pediatra acaba tendo uma posição privilegiada para análise do contexto familiar e reconhecimento do problema.

Os profissionais de saúde devem atuar, durante consultas de rotina ou no ambulatório, orientando diretamente seus pacientes sobre o direito à privacidade e inviolabilidade do corpo. O pediatra pode ganhar capacitação técnica, além de desenvolver habilidades humanísticas que o auxiliem no reconhecimento de maus-tratos, a partir da análise de uma lesão ou comportamento atípico. Alguns dos indícios mais frequentes são: diagnóstico de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST); em especial nas crianças menores, o medo demonstrado por uma pessoa específica; lesões físicas; mudança brusca de comportamento; atitudes violentas; fugas sem explicação aparente; gravidez na adolescência ou pré-adolescência; entre outras.

Dados da Fundação Abrinq indicam que, anualmente, em média, são registradas quase 25 mil denúncias de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil. Desses casos, cerca de 19 mil estariam relacionadas a abusos e o restante à exploração sexual infantil.

A promoção dessa autonomia no indivíduo desde pequeno é fundamental, avalia a pediatra, visto que, na maior parte dos casos, as violações de direitos acontecem no âmbito familiar, por aqueles que deveriam zelar pela segurança das crianças e adolescentes, o que torna mais difícil a detecção e visibilidade do problema.

Anualmente, o Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes, da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal , disponibiliza peças para promoção da campanha “Faça Bonito. Proteja nossas crianças e adolescentes”, que tem como objetivo mobilizar diferentes instituições da sociedade civil em prol do assunto, promovendo uma abordagem multissetorial.

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